Explicando a nossa miséria
foto: jcruz
Na campanha presidencial que premiou Luís Inácio Lula da Silva com mais quatro anos à frente da República Federativa do Brasil muito se falou sobre a modernização da sociedade brasileira. Para o tucano Geraldo Alckmin a questão era a economia. Para Cristovan Buarque, do PDT o problema estava na [falta de] educação para todos. Lula garante que é a melhor distribuição social das riquezas nacionais que vai alavancar o País. O cientista social Jessé Souza adverte: esperar que a ‘revolução pela educação’ acabe com a exclusão no País é balela. Imaginar que a culpa de índices tão ruins é de governos, uma inutilidade. Acreditar que a pobreza será decifrada pela análise economicista, um erro.
“O que separa uma sociedade como a brasileira de uma sociedade como a alemã, para falar de um lugar estrangeiro onde morei durante sete anos, é a produção, no Brasil, do que chamo provocativamente em meus livros de uma “ralé estrutural”. Ou seja, de toda uma classe de pessoas, algo como um 1/3 da população brasileira, excluída de qualquer acesso à possibilidade de trabalho produtivo nas condições de competitividade do mercado capitalista. Isso também implica a ausência dessas pessoas no Estado e na esfera pública, pela impossibilidade de ter voz própria e percepção dos seus efetivos interesses de longo prazo. Falo dessa classe de “despreparados”, gente que se reproduz entre nós há séculos, sem que jamais se tenha feito o esforço cívico e republicano de sua redenção. Essas pessoas são o “lixo” numa sociedade que jamais se importou com elas e jamais lhes conferiu requisitos objetivos para que consigam o respeito dos outros e a auto-estima de si mesmos.”
Entrevista de Laura Greenhalgh do jornal “Estado de São Paulo”
com o cientista social Jessé Souza. Jessé há dez anos estuda a desigualdade brasileira pelo Centro de Pesquisas sobre Desigualdade (Cepedes), da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Clique no link abaixo para ler a reportagem “Efeitos ópticos da nossa miséria” na íntegra.
http://www.estado.com.br/suplementos/ali/2006/11/12/ali-1.93.19.20061112.10.1.xml
Clique no link abaixo para ler a reportagem “Efeitos ópticos da nossa miséria” na íntegra.
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Marcadores: Política
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