Dólares ao vento em Bagdá

Muito dinheiro queimado

e muitas vidas ceifadas

pelos norte-americanos

para que Saddam Hussein

fosse enforcado

Segundo dados do Ministério do Trabalho em Bagdá, desde a queda do regime de Saddam Hussein dois milhões [20% da população] de iraquianos estão vivendo abaixo da linha de pobreza. O ‘bolsa família’ do governo iraquiano repassa um cheque no valor de 50 mil dinares iraquianos [US$ 35] ao mês para cada família. Enquanto isso, o governo Bush pede ao Congresso norte-americano a liberação de mais dinheiro [US$ 245 bi] para gastar na máquina de guerra que trouxe à tona os homens bombas e revirou aquele país do Golfo Pérsico pelo avesso. Caso o Congresso, de maioria Democrata, aprovar este pedido, até o final de 2008, Bush terá torrado algo em torno US$ 745 bi, desde o 11 de setembro de 2001, quando terroristas liderados por Bin Laden detonaram as torres gêmeas do World Trade Center.

É muita grana para manter a carnificina sanguinolenta no Iraque, que diariamente explode em nossas caras via televisão. Se a CIA [Central de Inteligência Americana], a pedido do presidente dos Estados Unidos, dividisse toda esta dinheirama entre os xiitas iraquianos – algo em torno de 6 milhões de pessoas – para que pegassem Saddam [vivo ou morto ao velho estilo do faroeste], cada xiita iraquiano [inimigos mortais do regime de Saddam] teria nada mais, nada menos que US$ 124 mil para pôr abaixo o regime de Saddam. É claro que isso teria evitado as dezenas de milhares de mortes de pessoas inocentes e Bagdá, como de resto a esmagadora maioria das cidades iraquianas, estaria em melhores condições de habitabilidade.