Justiça com Pimenta

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Pimenta Neves e Sandra Gomide:

Até quando a impunidade vencerá?

No dia 20 de agosto de 2000, na cidade de Ibiúna, interior de São Paulo, um homem de classe média alta, jornalista e intelectual, desgostoso com o fora da namorada pega um revólver e a mata de forma sorrateira e fria. O condenado pela Justiça de São Paulo é o jornalista Pimenta Neves. A vítima foi a ex-namorada, a também jornalista Sandra Gomide.

Agora, passados seis anos e quatro meses, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) lhe concede o direito de andar em liberdade. Na noite de sexta-feira (15/12), a ministra Maria Thereza de Assis Moura, da 6ª Turma do STJ, considerou que o condenado Antônio Marcos Pimenta Neves pode aguardar em liberdade as manobras feitas por seus advogados. O Habeas Corpus ajuizado aconteceu, como previsto pelos advogados Carlo Frederico Müller e Ilana Müller. Tanto que o condenado passeou à vontade em casas de parentes de Batatais, interior paulista, ignorando por completo a ordem de prisão contra ele.

A sorte está mesmo do lado de Pimenta Neves. Sua pena foi reduzida pela 10ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, de 19 anos e dois meses, para 18 anos de prisão. O coitadinho do jornalista confessou o crime.

Enquanto isso, a Justiça mandou prender [pena de 4 anos] a mulher negra que roubou um pote de margarina numa mercearia paulistana.

É por essas e outras que não deve haver pena de morte no Brasil. Quem tem dinheiro fica sempre fora das grades e, certamente, fora do alcance da verdadeira Justiça.