Política

Situação incômoda vive o governador de Minas. O crescimento de Alckmin nas pesquisas sinaliza que a possibilidade de eleição do político paulista significa dificuldades para os planos Aécio em 2010. Claro, Alckmin não deve pretender reverter o processo de reeleição, e ainda que isto ocorra existe o nome de José Serra.

• Enviado por Geraldo Elíseo, Repórter

As voltas que a política dá

Depois de 1986 a bancada do PT na Assembléia Legislativa pediu nada menos do que quatro impeachment do então governador Newton Cardoso. Hoje Newton e Nilmário fazem campanha juntos. Newton, com o apoio dos ex-inquisidores, é candidato ao Senado, e Nilmário disputa o governo do Estado. O poeta mineiro Libério Neves tem um poema que começa assim: "Posto que a terra é redonda / um dia nos encontraremos". Já o escritor Charles Morgan em seu livro "O Quarto Vazio" diz em determinado momento que "Sempre acabam ressuscitando aqueles a quem o mundo crucifica". Vamos ver o que dizem os eleitores.

• Enviado pelo jornalista Geraldo Elíseo.

Evidência,segundo Eliseu

A constante nos discursos de Eliseu Resende era o que ele chamava de "uma evidência: Tancredo nunca trabalhou, nunca realizou uma obra sequer durante sua vida pública em todos os cargos em que ocupou, inclusive primeiro ministro". Tancredo contestava, mas quem se encarregava de bater mais duro em Eliseu era mesmo Hélio Garcia e o grupo de parlamentares que cercavam Tancredo Neves, insistindo na tese de superfaturamento nas obras realizadas por Eliseu, tendo como emblema maior a ponte Rio-Niteroi.

• Texto enviado pelo jornalista Geraldo Elísio Machado Lopes.

"Corrupto Infante"

A propósito, quando das declarações de Eliseu, Tancredo declarou para os jornalistas que "Wiston Churchill, com mais de 80 anos havia salvo a Inglaterra da Alemanha nazista de Hitler, enquanto Nero, muito jovem, incendiou Roma". Menos sutil o governador Hélio Garcia publicou na imprensa local um cheque envolvendo a campanha de Eliseu Resende, acompanhado da expressão definindo-o como "corrupto infante".

• Texto enviado pelo jornalista Geraldo Elísio Machado Lopes.

Contradições da Política

Depois do golpe de 64 a primeira eleição direta para governador de Minas balançou as estruturas de nossas montanhas. Disputaram Tancredo Neves e o então técnico Eliseu Resende. A campanha foi virulenta, temperada pela disputa entre sociedade civil e militares. Um dia, na rádio da cidade de Machado, Sul de Minas, Eliseu disse que os mineiros não deveriam votar em Tancredo Neves porque ele era "velho". Em 2006, candidato ao Senado, Eliseu tem mais idade que Tancrdedo em 82 e é apoiado por Aécio Neves, neto do falecido ex-presidente da República.

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Os ecos das divergências continuaram ressonando e um dia, na Sala de Imprensa da Assembléia Legislativa, Tancredo Neves se encontrou com o jornalista Eliseu Lopes, agora no jornal "Hoje em Dia". Tancrredo cumprimentou o jornalista e outro colega, Hudson Brandão, da "Folha de São Paulo" perguntou a ele:
- O senhor agora é amigo do Eliseu?
Tancredo Neves respondeu:- Este é o Eliseu no bom sentido!

Texto enviado pelo jornalista Geraldo Elísio Machado Lopes.

Renúncia

Newton e Itamar não queriam Hélio Garcia determinando a sucessão em Minas. Um dia o ex-deputado Milton Reis, acompanhado dos colegas Leopoldo Bessone e Carlos Cotta e do ex-senador Ronan Tito, compareceram à Sala de Imprensa da Assembléia e, falando também em nome de Newton, anunciou que os pré-candidatos à convenção do PMDB haviam renunciado e Hélio coordenaria. Ao saber do fato, no antigo Hotel Del-Rey, jantando com o falecido Roberto Medeiros, Ivan Barbosa e eu, Itamar ficou pálido e disse: "Pronto! agora está tudo acabado". Ivan me pediu para desmentir, O fiz sem avisar Newton Cardoso. A nota saiu no "Estado de Minas". De madrugada eu e o jornalista Tito Guimarães comunicamos a Newton. Ele, riu, mesmo levando uma bronca e concordou.

• Enviado pelo jornalista Geraldo Elísio, compilações do seu novo livro: "Baú de Repórter", de conteúdo histórico, que antecipa para o Fogo Cruzado.

Mercedes Juiz de Fora, a fênix mineira

Vista aérea da fábrica da DaimlerChrysler (Mercedes) em Juiz de Fora,
MG e o primeiro Classe A produzido na 'Manchester Mineira'

A eleição põe todo mundo para trabalhar. O governador Aécio Neves candidato à reeleição em Minas, pelo PSDB, anunciou a retomada das atividades da fábrica da DaimlerChrysler (ex-Mercedes-Benz), em Juiz de Fora. A montadora desativou a linha de produção do modelo Classe A na cidade em setembro do ano passado e punha tudo a perder com o investimento feito por outro tucano, Eduardo Azeredo, em 1997. Mas, segundo Aécio, a montadora começará a produzir a partir do primeiro semestre de 2007 um modelo sedan exclusivo para ser exportado ao mercado europeu. A fábrica de Juiz de Fora foi inaugurada em abril de 1999, à época uma das mais modernas da indústria automobilística da América do Sul. Nela foram produzidos inicialmente os automóveis Mercedes-Benz Classe A e a Classe C. A unidade mineira da DaimlerChrysler recebeu US$ 820 milhões em investimentos, sendo US$ 250 milhões por parte do governo mineiro, a título de incentivos fiscais. Preparada para produzir 70 mil carros por ano, não ultrapassou a marca de 5.000 veículos. Os carrinhos de luxo da Mercedes não tiveram mercado por aqui e a matriz, na Alemanha, encerrou a linha de produção em setembro de 2005.
Como pesam sobre a montadora os incentivos do Estado de Minas Gerais, a solução será produzir aqui um novo modelo. Informações da DaimlerChrysler apontam que será produzido na unidade de Juiz de fora o modelo Mercedes-Benz Classe C Sports Coupé, com exportação exclusiva para a Europa.

Um acordo em surdina

O PMDB não gosta de Itamar Franco, que só foi candidato ao Senado em 1974 porque Tancredo, Renato Azeredo e Jorge Ferraz não quiseram ser. O jornalista Euro Arantes, na época, noticiou isso com estardalhaço no extinto "Jornal de Minas". O ponto alto da discórdia foi a campanha de 1986, a mais virulenta ocorrida em Minas, apesar do acordo assinado entre os dois, redigido pelo Dr. Ivan Barbosa, em casa do ex-deputado João Jaciel Pereira, com cópia para cada um deles. Eles não se agrediam pessoalmente, mas perderam o controle sobre o comportamento das bases.
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• Texto enviado pelo jornalista Geraldo Elísio Machado Lopes. Natural de Curvelo, MG. Prêmio Esso Regional de Jornalismo em 77, tem mais de 40 anos de profissão. Autor do livro "Plenário à Moda Antiga, folclore político", atualmente escreve "Baú de Repórter", de conteúdo histórico e antecipar resumos para o Fogo Cruzado

Pronkovô

O mineiro ficou mais perdido na quinta-feira, 6 de julho. O governador Aécio Neves fez a sua matula, pegou sua filhinha e partiu para a Europa. Sem problema, diria um mais desavisado! O governador tem direito de passar uns dias no verão europeu e, ainda, assistir a final da Copa do Mundo, se quiser. Mas, sô, a questão é que o vice-governador, Clésio Andrade se escafedeu para não assumir o cargo. Ele está em campanha e não seria bobo de se tornar inelegível - assim determina a legislação eleitoral brasileira. O mesmo fez o deputado tucano Mauri Torres, segundo na linha sucessória, sumiu por este interiorzão de Deus. Sem problema, continuaria a dizer o desavisado. Temos o nosso desembargador Hugo Bengtsson Júnior [presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais] terceiro na linha sucessória. O problema é que Bengtsson estava a milhares de quilômetros de distância do Palácio da Liberdade, em Manaus, na selva amazônica, num evento ligado ao Judiciário.
Aí o mineiro, mais perdido que cachorro caído de carroça de mudança, pergunta: Ogotô? Prokovô? Que fazer, sô...